sábado, 25 de outubro de 2008

na terra dos "supônhamos"

ainda aqui não escrevi sobre o "aval" de 20 mil milhões que o estado coloca à disposição dos bancos (que primeiro não necessitavam, mas que agora parece que sim, numa dialéctica que tão magnífica só está ao alcance de alguns few iluminados).

imaginemos então a seguinte situação. um dos bancos (adiante designado como "banco x"), vai ao mercado interbancário buscar guito emprestado ao abrigo do aval do estado (que ao contrário do que muitos directores gerais pensam, é constituido pelo conjunto dos contribuintes), e, o começa a emprestar a torto e a direito. empresta-o a malta que quer comprar casas, carros, cirurgias plásticas para as mulheres, amantes sem necessidade de novas peles, o diabo a vinte, mas também a um consórcio de construtoras.
agora imaginemos que 30 ou 40 por cento dessa malta avulso falha no pagamento das prestações devidas. e também que esse consórcio, que irá aplicar o guito na construção dum projecto de obras públicas (como sejam algumas das linhas de TGV, ou em alternativa numa passagem submarina a ligar a margem esquerda do lago do campo grande à margem direita, porque a diferença é residual), e cuja rentabilidade é nula, entrando também assim o consórcio em incumprimento para com o "banco x".

com tanto incumprimento por parte da malta a quem emprestou massa, é natural e lógico pensar que o "banco x" também irá falhar nos seus compromissos para com o banco estrangeiro que lhe emprestou o guito.
esta situação activará de imediato o aval, obrigando o estado a chegar-se à frente e pagar à entidade estrangeira o graveto que o "banco x" nacional pediu emprestado e não pagou.
como todos nós sabemos que as contas públicas estão em défice, restará como solução ao ministério das finanças aumentar a cobrança de impostos em matéria colectável e, ou em taxa e, emitir dívida pública para conseguir arranjar meios de se substituir ao "banco x" no pagamento.

claro que isto é um mero "supônhamos" ... mas nesta situação, nesta terra dos "supônhamos", não estaríamos, todos e cada um de nós "contribuintes", a emprestar dinheiro ao "banco x", que por sua vez, o irá emprestar a alguns de nós "clientes", com a diferença de nos cobrar juros ?

é que há merdas do caraças pá ... e o problem é que às vezes até mesmo a shit, a própria, happens ...

1 comentário:

Maria Arvore disse...

Então todos somos donos de um banco... e ainda têm o desplante de nos sacar os juros... tssskkskskkk ;)